Saúde mental no esporte: Irene López fala sobre tabu na atual geração

Campeã europeia e mundial com a seleção espanhola sub-17 em 2018, Irene López deu uma entrevista para o site da confederação nesta quinta-feira (3), para falar sobre os motivos que a fizeram desistir do futebol tão cedo.

Já no sub-17, a promissora jogadora começou a se sentir fora do lugar que tanto gostava, o futebol. Isso fez com que a atleta escolhesse parar de jogar bola.

"Me fazia feliz estar com as pessoas, adorava ir treinar para essa parte, mas em campo não sentia o mesmo, me via como um fardo. Cheguei a sentir aversão pelo esporte em si e eu sabia que era por causa de coisas que vinha acumulando ao longo dos anos. Percebi que tinha que me distanciar do esporte", contou.

Irene foi atrás de ajuda psicológica e entendeu que era importante cuidar de si mesma. A atleta foi em busca de ser feliz e o futebol não estava proporcionando isso para ela naquele momento.

A parte da saúde mental dos atletas é um tema que vem sendo bem discutido nos últimos meses, principalmente após Simone Biles desistir de competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Mesmo que seja um assunto recorrente, Irene afirma que ainda é muito difícil falar sobre ele, chegando a ser um tabu no esporte.

"Comecei conversando com os meus amigos e depois pedi ajuda à minha família, que é o meu maior apoio. Este tópico é um tabu para as pessoas da minha geração, então imagine para os meus pais."

Atualmente, a ex-jogadora está seguindo com força e determinação contra esses 'fantasmas', como ela própria colocou. Irene tentou focar nas artes plásticas e visuais, algo que sempre gostou.

Finalizando sua história, ela colocou como importante falar sobre o assunto e deixou um recado.

“Quero dizer a quem está passando por isso que não está sozinho. Percebi que muitas pessoas passam por esses momentos e que é importante tornar esses problemas visíveis. Gostaria que, assim como tomei o exemplo de outras pessoas, pudesse ajudar outras pessoas com essas palavras", finalizou.