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Futebol Brasileiro

Kanu, do Botafogo, revelou momentos difíceis no clube: 'Chegava e saía chorando'

Zagueiro de 24 anos completou 100 jogos pelo Botafogo na última quarta-feira (3); em entrevista exclusiva à nossa reportagem, ele também comentou sobre o rebaixamento à Série B e o apoio que recebeu dos familiares e treinadores 

Kanu foi homenageado pelo clube ao lado dos familiares
Kanu foi homenageado pelo clube ao lado dos familiares - Vitor_Silva (Vítor Silva/Botafogo)

Por Larissa Carvalho

Não há dúvidas de que a noite da última quarta-feira (3) foi especial para os botafoguenses por causa da vitória por 1 a 0 sobre o Confiança, no Nilton Santos, pela Série B. Mas quem também teve um dia inesquecível foi o zagueiro Kanu, que aos 24 anos chegou à marca de 100 jogos pelo clube.

Em entrevista exclusiva à TNT Sports, o jogador não precisou pensar muito para resumir em três palavras a trajetória dele no Botafogo: Resiliência, trabalho e fé. Do banco de reservas à faixa de capitão, Kanu relembrou momentos em que quase desistiu:

Fui emprestado, voltei. Não ia ser aproveitado. Todo dia trabalhava, me dedicava, chegava cedo, e as coisas não aconteciam. Ficava triste, chegava ao clube chorando, saía chorando, chorava com a minha mãe, chorava com meu pai, até brincava que ia ser de outra profissão. Confesso pra você que chegou um momento que eu achava que não ia dar."

Em meio às incertezas, Kanu exalta com sorriso no rosto o apoio que recebeu dos familiares e a alegria em poder compartilhar com eles a marca dos 100 jogos, "é maravilhoso ser orgulho pra eles". Além da família, alguns treinadores também participaram desse processo na vida do jogador, entre eles, Paulo Autuori, a quem ele chamou de "paizão":

Ele parece aqueles avôs brabos, sabe? Me via por baixo e falava ‘vamo, não baixa a guarda', ficava incentivando, nos treinos sempre me colocando pra cima. Às vezes dava dura também, esse apego que tenho por ele vai ficar marcado por toda a minha trajetória."

Kanu em ação no 100º jogo pelo Botafogo
Kanu em ação no 100º jogo pelo Botafogo / Foto: Alexande Durao/ZIMEL PRESS

Apesar do momento ser de otimismo no Alvinegro, Kanu também estava no rebaixamento à segunda divisão, na temporada 2020. Ele comenta que por ser "cria da base" tem uma identificação maior com o clube e revela ter passado por momentos difíceis após a queda:

A gente teve um rebaixamento que foi trágico da forma que foi, eu estava presente, me doía, não conseguia levantar a cabeça, meus amigos fraquejando e eu não conseguindo ajudar, acho que foi um dos piores sentimentos que eu tive na vida, e não podia fazer nada, eu dormia e acordava todas as noites com esse peso."

Não é todo dia que um jogador completa 100 jogos por um clube. Nascido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Victor Hugo, carinhosamente apelidado de "Kanu" por um ex-preparador físico, não conseguiu escolher uma só lembrança daquele dia.

Para ele, a imagem da mãe "chorando à beça" e o esforço da esposa para que todos pudessem participar de perto daquele momento são eternas memórias. "Acho que o dia todo foi muito especial", completou ele com o sorriso de quem sabe que o choro, agora, ficou no passado.

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