Imagem ilustrativa na TNT Sports

É agora que a história é escrita! Assista a TODOS os jogos do mata-mata da Champions League AO VIVO!

ASSINE JÁ
Blogs

Vamos nos Qatar! Bolívia 0 x 4 Brasil

Brasil vence com naturalidade e eficiência treino-jogo na altitude e fecha Eliminatórias invicto:14 vitórias e 3 empates (sem contar o jogo adiado-suspenso-cancelado contra a Argentina)

Richarlison deixou o dele na Bolívia
Richarlison deixou o dele na Bolívia

Por Mauro Beting

La Paz pode ter jogo. Sempre.

Discordo de Tite e de muita gente nessa história - e geografia. Se tem jogo no calor do Qatar ou no frio de Moscou, pode ter no ar rarefeito a mais de 3600 metros. Mas concordo com muita coisa que o treinador fez nas Eliminatórias de melhor desempenho de uma seleção. E de pior nível coletivo e geral que já vi desde 1977.

O Brasil começou com os testes necessários pela campanha e pela altitude. Sem Neymar (e os bancários Thiago Silva, Danilo, Casemiro e Fred), Paquetá foi o meia mais centralizado, próximo de Richarlison mais uma vez como centroavante, com Antony aberto pela direita, e Coutinho a partir da esquerda se mexendo mais. Fabinho e Bruno Guimarães foram os volantes. E muito bem.

A primeira chance foi com Antony, a la Antony: recebeu pela direita, cortou para dentro, colocou com a canhota próximo da trave de Justiniano, aos 11.

A segunda bem trabalhada deu no gol de Paquetá, aos 23. Ele partiu sozinho depois de ótima jogada e enfiada de Bruno Guimarães (o melhor em campo).

A terceira, aos 44, em ritmo de treino (ou de jogo no céu), deu no gol de Richarlison, em lance trabalhado por Antony, numa bola que espirrou na pavorosa linha de cinco boliviana. Lance iniciado pelo múltiplo Fabinho. Complementado pelo centroavante que mal celebrou pelo cansaço e falta de ar.

E não foram tantas as oportunidades. Normal para o time na altitude, em atuação segura e inteligente, sem grandes esforços.

Sem a bola, Paquetá fechava pela esquerda como Antony fazia pela direita, com Coutinho mais à frente, ao lado de Richarlison, no 4-4-2 bem executado contra frágil rival, mesmo que na casa dele - ou no telhado do edifício de La Paz.

Na segunda etapa, Alisson salvou gol certo a 1 minuto, depois de escanteio boliviano. Outro, aos 7.

Martinelli entrou aos 10, no lugar do esgotado Coutinho, mais aberto ainda pela esquerda. O Brasil melhorou, e Paquetá achou bonito Bruno Guimarães para chapar ainda mais lindo. Golaço, aos 20.

O que era fácil ficou ainda mais tranquilo, por inegáveis méritos brasileiros, e inegáveis fraquezas da Bolívia. Martinelli perdeu gol certo aos 26. E quase fez gol espetacular aos 29. E teve mais uma chance aos 48.

No mesmo minuto, Fabinho extrapolou na saida apoiada, perdeu a bola, e Ramiro Vaca perdeu gol ainda mais feito.

Tite fez as mexidas necessárias: Rodrygo por Antony (lesionado), e Arthur por Paquetá aos 31. Um Brasil mais compacto atrás, e ainda perigoso à frente. Como Arthur isolou rebote depois de grande jogada de Rodrygo, aos 40.

Aos 45, Richarlison pegou o rebote do goleiro em lance armado por BG e finalizado por Rodrygo. Fácil. Extremamente fácil. A maior goleada brasileira na altitude boliviana.

Até os bolivianos sentem a altitude. Se você for atleta, passar 28 anos em La Paz, ir para o Rio de Janeiro e voltar para a cidade natal, tem grandes chances de sentir o ar rarefeito. Não é fácil.

Não tem como cobrar muito mais dos atletas visitantes. Mesmo dos locais. Ninguém perdeu lugar na Copa pelo último jogo na Bolívia.

Dos 11 iniciais, fora os titulares usuais Alisson, Marquinhos e Paquetá, seguem muito bem na fita e na pista do aeroporto para Doha os prováveis Dani Alves, Militão, Fabinho, Coutinho e Antony. Esses cinco têm tudo para jogarem a Copa. Alex Telles luta com mais dois por um lugar na lateral-esquerda; Bruno Guimarães tem excelentes chances em posição bem disputada; e Richarlison segue firme na disputa, também com bons nomes lutando por um lugarzão no Mundial.

Mais Vistas