Imagem ilustrativa na TNT Sports

É agora que a história é escrita! Assista a TODOS os jogos do mata-mata da Champions League AO VIVO!

ASSINE JÁ
Blogs

Seleção interina

Em 1991, como agora, treinador da Sub-20 (então vice mundial) assumiu a Seleção depois da demissão de Falcão. Mas, então, era outro momento. Outras cobranças.

Por Mauro Beting

Taffarel; Cafu, Cléber, Márcio Santos e Jorginho; Mauro Silva, Moacir e Geovani; Bebeto, Careca e João Paulo. O Brasil escalado pelo interino Ernesto Paulo para perder para o País de Gales por 1 a 0, em Cardiff, em 11 de setembro de 1991.

Situação parecida com o duríssimo amistoso que Ramón Menezes, do Sub-20 do Brasil, vai encarar em Tanger, no Marrocos, três meses depois da seleção da casa chegar ate a semifinal da Copa no Catar. Quando mandará a campo bom time. Mas sem o melhor goleiro, sem um lateral ainda confiável pela direita, sem a melhor zaga possível, sem as melhores opções na outra lateral. Sem Casemiro, com ótimas alternativas jovens para o meio, mas sem Neymar, Richarlison, Raphinha e Martinelli para o ataque. Alguns por lesão. O atacante do Arsenal por esquecimento injustificável diante de rival animadíssimo, com torcida ensandecida.

Ernesto Paulo ficou só naquele jogo, em 1991. Carlos Alberto Parreira assumiu logo depois para dirigir o Brasil tetra mundial em 1994, nos EUA. Em comum, mesmo, entre Ernesto e Ramon, a pressão: o Brasil estava sem um Mundial desde 1970. Quase o mesmo tempo de seca do penta até hoje.

A diferença é que, para o amistoso em Gales havia um ano do fiasco da Copa de 1990, quando o time de Lazaroni não passou das oitavas, eliminado pelo Maradona da Argentina - em partida em que o Brasil foi muito melhor. Momento muito pior que em 2023 para a Seleção. Então, o treinador interino apostou numa base que Falcão mal pôde escalar na sua fracassada direção do Brasil. Um ano antes, logo depois da queda na Itália, o Rei de Roma foi obrigado pelo ditador da Alfândega (Ricardo Teixeira, presidente da CBF) a colocar em campo contra a Espanha, em Gijón, um time sem a turma da Copa. A que havia fracassado um mês antes - e brigado com a entidade por conta da premiação (e com razão para os atletas).

Falcão escalou no amistoso de estreia na Espanha, em agosto de 1990, um time de caras novas .Muito novas: apenas o lateral-esquerdo Nelsinho (com 18 jogos), o centroavante Charles (4 partidas) o meia e capitão Neto, e o centroavante Nilson tinham passagens pela Seleção. Os dois últimos, só tinham jogado uma partida...

Velloso, Gil Baiano, Paulão, Márcio Santos, Moacir ,Cafu e Donizete Oliveira estreavam com a amarelinha. Não amarelaram. Mas óbvio que não foram bem.

Mesmo que, entre os calouros, estivesse quem ao final da carreira seria quem mais jogou pela Seleção: o capitão do penta Cafu, o único atleta a jogar três finais de Copas; além dele, estreava na zaga o futuro titular do tetra - Márcio Santos.

Ainda assim, era muita gente nova. Novata. Uma temeridade. Em qualquer tempo. Entre os jovens, outro que começaria como titular do tetra - Leonardo. De fato, um que esteve no Mundial de 1990 foi chamado - o jovem Bismarck, menino dos olhos da CBF, então, e muito jovem para ter se insurgido contra o comando da entidade pela questao da premiação.

Ernesto Paulo foi mais pragmático na partida contra Gales, um ano depois: dos titulares, nenhum novato. Quatro com Copas na bagagem. E seis futuros campeões em 1994 - e Cafu, bi em 2002. Sem contar Careca, que não quis jogar a Copa de 1994. E João Paulo, absurda ausência na Copa de 1990.

Algumas lesões impediram que o melhor time fosse escalado. E ele tinha gente como Romário, Mazinho e Ricardo Gomes (todos que estavam chamados para a Copa de 1994 - só zagueiro que foi cortado por Parreira, por lesão, antes do Mundial nos EUA),

Isso colocado, o Brasil terá parada indigesta pra cá de Marrakech. E, torço, que não se queime ninguém em apenas um amistoso com treinador interino.

Mais Vistas