Grupo complicado para o Brasil - o que é ótimo!
Em 1958, URSS e Inglaterra; em 1962, a futura vice Tchecoslováquia e Espanha; em 1970, a campeã anterior Inglaterra e duas forças europeias; em 1994, a futura terceira colocada Suécia; em 2002, a futura Turquia terceira . Sempre foi complicado.
Por Mauro Beting
O sorteio foi um show. Mesmo. Acima das melhores expectativas. Oremos para que a Copa seja do mesmo nível em campo. Aí não é só torcida. Ou é apenas ela.
(E que também não seja tão longo. Parecia que os grupos para a Copa de 2026 também já foram decididos...)
Lindas homenagens aos que partiram: Diego Maradona, Gerd Muller, Gordon Banks e Paolo Rossi, craques e campeões de 1986, 1974, 1966 e 1982. Muito fofo o jovem torcedor francês flagrado na torcida em Moscou e que estava com Deschamps ao “entregar” a Copa do Mundo no palco.
O tema musical “Better Together” não é nenhum “Waka Waka”. Ou “Love Generation”. Ou o “Wavin´ Flag” que tão bem a Coca-Cola entornou como tema extra-oficial de 2010. Mas tem potencial para estádio e para pegar até o final do ano.
Como ainda tem muita coisa a acontecer até a bola rolar. Pela primeira vez desde 1930 no meio da temporada europeia. É outro ritmo, desempenho, preparação, calendário, competição. Deve melhorar o nível individual e técnico. Não necessariamente coletivo e tático. Até pelas características das 32 seleções. E do futebol de seleções dos últimos tempos.
O Brasil é uma seleção que precisa pegar no tranco. Desde as Eliminatórias. Quanto mais complicado o grupo, melhor. Como foi sempre no penta. Até nos últimos títulos, quando suecos e turcos chegaram em terceiro lugar. Inesperadamente.
O pior-melhor seria ter Alemanha, Senegal e Ucrânia (se vier a se classificar). O melhor-pior teria EUA, Tunísia e Nova Zelândia (se conseguir chegar).
O Brasil não caiu no “grupo da morte”. Sempre tem um. Até quando não tem, como é o caso deste Mundial. Mas dá para dizer que o da Seleção é um dos mais chatos, sim.
Terá a Suíça como uma das maiores encrencas – como a Sérvia, em nível semelhante. Uma seleção que não é o ferrolho que empatou com o Brasil na Copa-50, no 2 a 2 no Pacaembu. E é mais evoluída e mais ofensiva que aquela que empatou na estreia com o Brasil de Tite em 2018, por 1 a 1. Bom time. Páreo duro. Provável que passe junto com a gente.
Terá a Sérvia. De novo. Como foi também em 2018, e com um time melhor do que aquele. Um dos herdeiros da escola que primeiro venceu o Brasil, em 1930, por 2 a 1, no Uruguai. Iugoslavos que também foram duros rivais no 2 a 0 brasileiro, no Maracanã, em 1950. Na Suíça, em 1954, o empate por 1 a 1 classificou as duas seleções. Em 1974, o jogo inaugural do Mundial foi um zero a zero chatíssimo. Time que sabe jogar e tem um dos melhores tridentes ofensivos do planeta. Melhor também do que em 2018. Concorre em nível de igualdade com a Suíça.
Terá Camarões. De novo. Como o Brasil venceu bem no tetra, em 1994, um grupo fraco e rachado. Como venceu bem um time ainda mais fraco, em 2014. Mas que agora parece mais vigoroso. Mas não tanto. É o mais frágil do grupo. Muito provável que já chegue eliminado para o terceiro jogo. Partida boa para definir a posição brasileira em primeiro lugar. E aumentar o saldo se necessário. Se tudo correr ainda melhor, capaz até que dê para mesclar a equipe, pensando nas oitavas.
Brasil se classifica contra bons times. Pega ritmo e confiança para o que vier pela frente.
Papo para o próximo texto.
E, sim, para ter esperanças de hexa.