Ajuda a começar a modificar o panorama de sociedades machistas, principalmente o meio do futebol.
Um jogador famoso, um dos maiores vencedores do maior esporte do mundo, foi condenado por estupro e está na cadeia por causa de uma lei e um protocolo feito para proteger as mulheres.
Esse protocolo possibilitou uma enxurrada de provas e evidências do estupro (chamado de agressão sexual na legislação espanhola), além de cinco versões, uma mais distante da outra, da defesa do brasileiro, que foi derrotada no tribunal.
Considerando que o estupro é um crime hediondo, me parece que 4 anos e 6 meses de cadeia é pouco. Mas não tenho conhecimento do caso e das leis espanholas para cravar.
O fato é que Daniel Alves foi condenado por estuprar uma mulher e ficará encarcerado por 2 anos e 3 anos (previsão de passar para o regime semiaberto em abril de 2025, tendo apenas que dormir na cadeia). O mérito da acusação ficou provado. Histórico.
Alguns pontos chamam a atenção: Daniel Alves se apresentou na Espanha por livre e espontânea vontade. Transparecendo que ele tinha certeza de que ficaria impune ou que a agressão que cometeu contra a vítima não era crime. Os dois cenários são gravíssimos.
A legislação espanhola na prevenção do estupro (mudando o “Não é Não” para “Apenas Sim é Sim”) e na proteção à pessoa quem reporta ter sido estuprada (o Protocolo em casos de agressão sexual) são excelentes e deveriam ser copiada em qualquer sociedade séria.
Mas a possibilidade de você “comprar” um percentual da sua pena com o pagamento em dinheiro, previsto em lei, é grotesco! Deveria ser revista. A pena de Daniel Alves foi diminuida (não se sabe em que percentual) graças ao dinheiro enviado pela família do Neymar para o condenado pagar em juízo.
Sobre isso, cada um sabe o que faz com o seu dinheiro. Eu me sentiria péssimo em saber que o meu dinheiro serviu para deixar um condenado por estupro menos tempo na cadeia…
Falando no nome dele, comparar a condenação de Daniel Alves com à falsa acusação sofrida por Neymar é ignorância ou má fe. A acusação da Najila era tão frágil que os adovogados que a defendiam deixaram o caso porque ela não tinha nenhuma sustentação de ter sido estuprada. Bem diferente da farta produção de provas e evidências no caso de Daniel Alves.
Para fechar, não precisa colocar o seu machismo para for a com frase idiotas do tipo “Ela foi estuprada mas aceitou ir para o banheiro com ele?”. Sim! Ainda que isso fosse verdade, a mulher tem o direito de ir para onde quiser com quem quiser e tem o direito de ser respeitada quando a relação chegar ao ponto em que ela quer parar. Isso é básico! E torço para que seja assim com sua mãe ou sua filha sempre!
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